A Polícia Federal no Paraná deflagrou nesta quinta-feira (5/9) a Operação Viking, que têm como objetivo reprimir e desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional e interestadual de drogas com diversas ramificações no Brasil e na Europa.
Cerca de 120 policiais federais e equipes da Guarda Civil Espanhola estão nas ruas para dar cumprimento a 9 mandados de prisão preventiva e a 38 mandados de busca e apreensão em endereços situados nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco e na Espanha.
Também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de bens móveis e imóveis que totalizam um valor de aproximadamente R$ 7.24 milhões, bem como ordens de bloqueio de ativos e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras de até R$ 20 milhões por investigado.
As investigações, que contaram com o apoio da Receita Federal, Europol, Guarda Civil Espanhola e Polícia Nacional da Croácia, revelaram que a organização criminosa constituiu uma complexa estrutura logística para operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, que abrange seu ingresso e transporte dentro do território nacional, preparação e o envio dos carregamentos de cocaína para o exterior utilizando principalmente o modal marítimo.
Grande parte da droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa e, para isso, atuavam na região do Porto de Paranaguá/PR, bem como em outros portos do país, locais de onde exportavam grandes quantidades de cocaína através da contaminação de contêineres (método rip/on-rip/off), ocultação em cargas lícitas (rip/on na carga) e nos navios, transportes em barcos pesqueiros e, principalmente, uso de mergulhadores para inserir a droga em compartimentos submersos dos navios.
Foram identificadas diversas apreensões de carregamentos de cocaína vinculados a atuação desta organização criminosa, bem como foram feitas apreensões de drogas no decorrer da investigação, totalizando mais de 3 toneladas de cocaína.
Os lucros obtidos com essas atividades criminosas também estavam sendo usados para subsidiar a ampliação da estrutura logística do grupo, mediante aquisição de barcos, empresas, imóveis, entre outros instrumentos destinados a fomentar a expansão das suas ações, além de armas de fogo e munições para intensificar o poderio bélico e a capacidade de intimidação em face de outros grupos criminosos.
As investigações revelaram ainda que lideranças dessa Organização Criminosa empregavam diversas metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos seus vultosos ganhos financeiros e do patrimônio milionário constituído a partir dos crimes perpetrados.
Os investigados na operação deflagrada hoje responderão, cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade, pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas e associação para fins de tráfico, com penas que podem chegar a 50 anos de reclusão, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a 10 anos de reclusão por cada ação perpetrada.